chaves  historia do seriado

 

El Chavo del Ocho (Chaves no Brasil e em Angola) é uma série de televisão cômica mexicana criada e protagonizada por Roberto Gómez Bolaños e produzida pela Televisión Independiente de México (posteriormente, Televisa) e exibida pela primeira vez em 20 de junho de 1971 no Canal 8.[1]

A série relata as experiências de um grupo de possoas que moram numa vila mexicana, onde seu protagonista, El Chavo, realiza brincadeiras com seus amigos ocasionando mal-entendidos e discussões entre os vizinhos, num tom geralmente cômico. O roteiro veio de um esquete escrito por Bolaños onde uma pobre criança de oito anos discutia com um vendedor de balões em um parque.[4] Ele deu importância ao desenvolvimento dos personagens, aos quais foram distribuídas personalidades distintas. Desde o início, seu criador percebeu que o seriado seria destinado ao público adulto, não ao infantil, mesmo se tratando de adultos interpretando crianças.[1] O elenco principal é composto por Bolaños, María Antonieta de las Nieves, Ramón Valdés, Florinda Meza, Carlos Villagrán, Edgar Vivar, Rubén Aguirre, Angelines Fernández, Horacio Gómez e Raúl Padilla.[5]

O sucesso de El Chavo del Ocho foi tal que em 1973, foi difundido em vários países da América Hispânica, obtendo altos índices de audiência.[6] Estima-se que em 1975, foi visto por mais de 350 milhões de telespectadores a cada semana.[2] Devido a popularidade, o elenco realizou uma turnê internacional que abrangeu vários países onde era transmitido na época, numa série de apresentações onde dançavam e atuavam no palco ao vivo.[7] Em 1978, Villagrán deixou o programa por conflitos com Bolaños, devido à autoria de seu personagem Quico,[1] e no ano seguinte, Valdés fez o mesmo, devido a razões pessoais. Valdés, no entanto, retornou ao programa pouco tempo depois. A última transmissão do seriado foi em 1 de janeiro de 1980, entretanto continuou como um quadro do programa Chespirito até 12 de junho de 1992.[2] A frequente ocorrência de expressões idiomáticas mexicanas tornou El Chavo del Ocho muito difícil de traduzir para outras línguas, exceto para o português, que é muito similar ao espanhol. Bolaños considerou que o impacto da série em outros países era devido ao sucesso de El Chapulin Colorado.[8]

No que diz respeito à crítica, obteve uma recepção essencialmente negativa nas suas primeiras exibições, já que o seu conteúdo era classificado como "vulgar",[9] "idiota", "fútil", "alienante"[1] e "não recomendável".[10] Um dos temas que mais críticas negativas levantou, foi a violência explícita através de golpes e insultos entre alguns dos personagens.[11][12] Contudo, outros meios garantiram um aspecto positivo de El Chavo del Ocho que era a utilização de "situações universais" com as quais o público pode se identificar facilmente, independentemente da idade e nacionalidade.[13]

Apesar de sua conclusão no início da década de 1990, a série foi transmitida continuamente em vários países desde então. Em 2011, tinha-se conhecimento de vinte países que ainda o emitiam como parte de sua programação regular.[2] Em 2006, foi estreada a sua versão em desenho animado, um programa baseado nesta série, cujo criador e produção, são os mesmos. Nesta versão, Chiquinha não faz nenhuma aparição já que sua intérprete Maria Antonieta de las Nieves enfrentou Bolaños por direitos autorais.[14] Entre alguns produtos derivados do programa, incluem o livro El diario del Chavo del ocho, o musical El Chavo animado - Show en vivo (estreado em 2010), um vídeo-jogo para Wii lançado em 2012, assim como aplicativos para Facebook e dispositivos móveis da Apple. A cultura popular de El Chavo del Ocho continua com o status de ser um dos melhores programas de entretenimento mais reconhecidos[15] e com mais sucesso na televisão espanhola.[16]

 

Antecedentes

 

Depois de colaborar com o programa Cómicos y canciones como escritor e ator ocasional,[1] o mexicano Roberto Gómez Bolaños, mais conhecido como Chespirito, estreou no canal 8 (XEQTV) a série El ciudadano Gómez produzido pela Televisión Independiente de México, no qual atuava junto com Rubén Aguirre (que anteriormente participava de El club del Chori). Embora este foi transmitido em 1968, Bernardo Garza Sada, proprietário do canal 8,[17] decidiu adiar indefinidamente sua transmissão com o motivo de "tê-lo preparado para uma competição futura com canal 2 (XEW-TV), emissora rival do Telesistema Mexicano".[1] El ciudadano Gómez retornou sua transmissão em 1970.[18]

Durante este período, o produtor Sergio Pena, também do mesmo canal, convidou Gómez Bolaños para o programa Sábados de la fortuna que durava oito horas e continha segmentos de variedades temáticas, tais como atos de magia, concursos e bailes. Seu trabalho consistia em criar novas esquetes de meia hora de duração.[19] Grande parte destes segmentos cômicos eram conhecidos como chespirotadas, uma referência a seu apelido.[1] Uma delas foi intitulada La mesa cuadrada, o que não obstante adotaria o nome Los supergenios de la mesa cuadrada. Lá atuava Ramón Valdés como Ingeniebrio Ramón Valdés Tirado Alanís,[20][1], Aguirre como Professor Girafales, Bolaños como o Doutor Chapatín e María Antonieta de las Nieves como a apresentadora. Gómez Bolaños havia observado a atuação de Valdés no filme El cuerpazo del delito (1968), donde ambos compartilhavam créditos como parte do elenco,[21] enquanto María Antonieta tinha entrado para Los supergenios após substituir Bárbara Ramson. Previamente, ela já tinha dublado em espanhol alguns personagens como Eddie Munster, de The Munsters, e Wednesday Addams, de The Addams Family.[1]

Enquanto El ciudadano Gómez funcionava como uma paródia da política mexicana, Los supergenios consistia em uma paródia dos programas informativos, onde três personagens respondiam à perguntas lidas por María Antonieta que abordavam temas populares do momento. Devido o sucesso de Los supergenios, os produtores da rede concordaram em estendê-lo como programa independente que foi ao ar por dois meses.[20][21]

Apesar do sucesso de Los supergenios, seu criador decidiu cancelar. Em seu livro biográfico Sin querer queriendo, o comediante também revelou:

Cquote1.svg Havia um motivo forte: a constituição do esquete [Los supergenios de la mesa cuadrada] exigia que muitas brincadeiras fossem apropriadas ao momento, de modo que funcionaria muito bem em um programa como Sábados de la fortuna que se apresentava ao vivo, por isso permitia a menção de pessoas e acontecimentos atuais, porém perdeu essa característica quando o produto foi armazenado durante duas ou três semanas para constituir a reserva necessária de capítulos. Cquote2.svg
Roberto Gómez Bolaños[22]

Los supergenios deu origem a Chespirito, um novo programa conformado por vários segmentos cômicos, entre eles El Chapulín Colorado, Los Caquitos e Los chifladitos (onde neste, Bolaños protagonizava com Aguirre). Por causa da renovação de contrato temporário de Aguirre com o canal 2, o primeiro teve que conceber um novo esquete que servira como substituição de Los chifladitos. Este passaria a denominar El Chavo.[23]

 

Sinopse

aviso este artigo traz revelaçoes sobre o enredo

Escola do Professor Girafales, da esquerda para a direita: Elizabete, Higino, Pópis, Nhonho, Chaves e Chiquinha.

Chaves é uma comédia de situação que aborda as interações de um grupo de pessoas que moram em uma vila. O protagonista, Chaves, é um garoto órfão que muitas vezes, enfrenta problemas com adultos, incluindo Seu Madruga, Dona Florinda e Dona Clotilde devido a mal-entendimentos, distrações ou travessuras. Ele também convive com seus amigos Quico e Chiquinha que também são crianças. Muitas vezes, Chaves é encontrado em um barril de madeira, mas ele afirma que é apenas um esconderijo, entretanto nunca revelou-se sua morada. A trama se desenrola, praticamente, nesta vila, lá vivem os personagens principais, exceto Senhor Barriga, seu filho Nhonho, Pópis, Godinez e Professor Girafales. Normalmente, no apartamento 14, moram Dona Florinda e Quico, no apartamento 71, reside Dona Clotilde, apelidada de Bruxa do 71, Seu Madruga, Chiquinha e Dona Neves ocupam o apartamento 72, Paty, Glória e Jaiminho vivem no apartamento 24.[24]

Na história também existem outros segmentos que ocorrem noutros locais fora da vizinhança, como o lote vazio de treinamento de futebol americano; Acapulco, uma cidade onde se passam as férias; o restaurante de Dona Florinda, que é um antigo bar comprado por ela; a barbearia, lugar onde Seu Madruga trabalha e a escolinha do Professor Girafales, onde as crianças estudam, entre outros, que fazem apenas uma aparição, como o cinema, casa do Senhor Barriga, pátio da escola, quarto do Quico, casa da Dona Clotilde, parque de diversões, casa abandonada e a cozinha da casa de Seu Madruga.[25]

terminam aqui as revelaçoes sobre o enredo

 

temporadas

Temporada[26] Episódios[27] Produção
  1 34 Maio de 1972 - Fevereiro de 1973
  2 35 Março de 1973 - Dezembro de 1973
  3 35 Fevereiro de 1974 - Dezembro de 1974
  4 40 Janeiro de 1975 - Dezembro de 1975
  5 44 Janeiro de 1976 - Dezembro de 1976
  6 35 Janeiro de 1977 - Dezembro de 1977
  7 48 Janeiro de 1978 - Dezembro de 1978

 

roteiro e personagens

"Eu nunca quis que as pessoas acreditassem que éramos crianças, mas aceitassem que éramos adultos interpretando crianças."  ROBERTO GOMEZ BOLAÑOS

Roberto Gómez Bolañros.[1]
 

 

 

 

 

 

Em base a um esquete anterior, Bolaños elaborou um esboço de El Chavo com um enredo atemporal, ou seja, sem seguir uma cronologia com outra história, onde um garoto pobre de 8 anos de idade discutia com um vendedor de globos em um parque. Ele interpreta a criança, enquanto o outro personagem recairia à Valdés.[4]

Cquote1.svg Quando [Gómez Bolaños] viu a aceitação [do público], descobriu que tinha elementos de comédia muito atrativos e escreveu novamente, mas com uma forma mais espontânea ainda [...] a palavra-chave foi colocá-los [os personagens] em uma vila. Houve um potencial mais grande e pouco a pouco o armou [o conceito central do programa]. Cquote2.svg
Filho de Roberto Gómez Bolaños.[2]
Caricatura de Seu Madruga, um personagem principal.

Os seguintes episódios surgiram de uma maneira semelhante ao usar histórias que não tinham sido consideradas anteriormente. Contudo, queria separar os personagens das crianças até então, interpretados. De acordo com o livro biográfico de Bolaños, tudo foi um grande desafio, pois a graça seria a de uma criança, ou seja, de uma forma inocente e ingênua.[4] O conteúdo de El Chavo estaria dirigido ao público adulto.[1] Sua filha Marcela Gómez Fernández revelou que vários gestos do protagonista vieram dela e de seus irmãos quando pequenos. Em opinião de Roberto Gómez Fernández, filho de Bolaños, seu pai tentou encontrar valores universais infantis, com personagens que poderiam ter várias contradições e elementos opostos, assim que surgisse a comédia. Ele acrescentou que o personagem conhecido como Chaves do 8, tinha esse nome porque a série era transmitida no canal 8. Gómez Bolaños revelou então que, também, era conhecido assim por morar no apartamento número oito, e não no barril que servia apenas de esconderijo.[2]

O personagem de Don Ramón (Seu Madruga, no Brasil) era um indivíduo preguiçoso, ignorante e endividado, entretanto, humorado. Enquanto sua filha Chilidrinda (Chiquinha, no Brasil), tem a aparência física semelhante a Chaves, contudo travessa e mais inteligente que ele. Para dar esta impressão, optaram por colocá-la como uma menina sem dentes e que usava óculos. Inclusive, deram a ela um sentido de liderança sobre as demais crianças da vila.[21] Seu nome provém de um pão típico no México que possui sementes de gergelim, reminiscência de vários trajes contidos no vestuário de Chiquinha.[28] Dona Florinda era um esteriótipo de uma mulher de idade e que pouco cuidava de sua higiene e sua sobrinha Pópis, fanhosa, era conhecida como infantil e mimada. O termo Dona se dava à conotação de um bom nível social, segundo o escritor. O personagem Quico, por sua vez, funcionava como o oposto das qualidades do protagonista: caprichoso, teimoso, mimado e invejoso. Seu nome original é Frederico, que veio do adjetivo rico, uma de suas principais características. Porém, ficou conhecido por seu pseudônimo. Os trajes do garoto herdaram do seu pai que era marinheiro e morreu em alto mar.[1] Em uma entrevista, seu intérprete Villagrán disse que Enrique Segoviano havia proposto vários bordões e movimentos característicos de seu personagem, incluindo o choro.[29]

O professor Girafales (ou Jirafales), junto com o irregular Doutor Chapatín, já fez aparições em quadros e esquetes de Los supergenios, e sua personalidade não modificou-se muito entre as séries. A diferença era que em Los supergenios, Girafales não era um professor escolar e em El Chavo del Ocho, adaptou o título de mestre e se apaixonou por Dona Florinda. Entretanto, em ambas, era um sujeito intelectual, educado e formal.[1] Aguirre, o intérprete do professor, sugeriu utilizar a expressão "Ta, ta, ta, taaaaa, tá!" ao recordar que um de seus educadores, Celayo Rodríguez, emitia essa expressão quando raivoso.[30] Foi criado adicionalmente, o senhor Barriga, dono da vila que é incomodado pelas crianças toda vez que chega para cobrar o aluguel de seus inquilinos. Era gordo e tinha um filho parecido com ele, o Nhonho (ou Ñoño), ambos tinham esses nomes por causa da aparência física.[1] Dona Clotilde, apelidada de Bruxa do 71 por causa da aparência, era conhecida como uma senhora agitada e solteira. Por fim, tinha Godínez que era o menos estudioso de todas as crianças.[18]

Primeiras exibições e popularidade

Surgindo inicialmente como um quadro do programa Chespirito, El Chavo del Ocho obteve seu programa independente com meia de duração no horário nobre.[6] Neste, Gómez Bolaños adquiriu outros cenários e acessórios para recriar a vila de onde habitam os personagens dos antigos esquetes e os novos atores contratados por audições. Além disso, Aguirre, Maria Antonieta de las Nieves[nota 1] e Valdés já tinham colaborado com Bolaños nos anos anteriores, principalmente em Los supergenios de la mesa cuadrada. O criador da série contratou Florinda Meza que anteriormente participava da série de comédia La media naranja,[21] por meio de Aguirre, conheceu Carlos Villagrán, que atuava em um outro programa de outra rede. Particularmente, foi contratado uma vez que Gómez Bolaños observou um esquete onde interpretava um boneco ventrículo chamado Piloro e desde então, Villagrán inchava suas bochechas para proporcionar mais comédia em sua atuação. Bolaños comparou seu estilo humorístico com o do francês Henri Bergson e sua filosofia da "humanização do mecânico e da mecanização do humano".[18] Villagrán colaborou também com o característico choro do Quico, herdando da personagem Lola Mento, aparente El club del Chori.[1] Nacho Brambila, amigo de Gómez Bolaños, recomendou-lhe o médico Edgar Vivar para El Chavo.[18] O próprio ator disse que sua integração havia sido algo totalmente sem planos, que era fascinado por cinema e teatro, entretanto pensou em estar num projeto tão grande.[2] Por outro lado, a espanhola Angelines Fernández já era conhecida por suas atuações no cinema.[1][31] Outros atores que chegaram a participar ocasionalmente no programa foram Ofelia Guilmain, Germán Robles, Héctor Bonilla, Rogelio Guerra, entre outros.[18]

O primeiro capítulo de El Chavo del Ocho foi transmitido em 20 de junho de 1971.[1] O esquete mais antigo que se tem noção é El ropavejero, gravado em 1971. Neste aparece apenas Valdés, Maria Antonieta de las Nieves e Gómez Bolaños interpretam seus respectivos personagens, apenas no capítulo La fiesta de la buena vecindad aparecem alguns dos personagens principais restantes. Além disso, em Los muebles de don Ramón, o personagem Senhor Barriga adquiriu este apelido por ser referido como "el señor" e ter como Barriga, seu prenome.[32] Apenas dos anos seguintes, El Chavo del Ocho conseguiu se expandir, transmitindo em outros países com altos índices de audiência.[6]

Em 1972, era o programa de mais sucesso do canal 8,[1] de modo que, no ano seguinte, o empresário Emilio Azcárraga Milmo convidou Gómez Bolaños para que El Chavo e seus outros programas transmitidos nesta rede, passariam para o canal 2. Também lhe garantiu que ganharia menos neste local. O comediante aceitou sua proposta e o programa foi transferido.[33] Em 1974, o canal 2 e o canal 8 se fundiram para dar lugar a Televisa.[1]

Em 1973, o canal 13 (XHDF-TV) contratou Maria Antonieta de las Nieves para ser apresentadora do programa Pampa Pipiltzin. Sua ausência na série foi explicada por Don Rámon onde revelou que "tinha ido estudar em Guanajuato sob proteção de uma das tias".[34] A maneira de solucionar sua saída, foi colocar Pópis, uma garota fanha prima de Quico que seria interpreta por Florinda Meza, a mesma intérprete de Dona Florinda.[35] Após um ano, Maria Antonieta voltou para El Chavo, porém Meza continuou interpretando Pópis e Florinda.[34]

De acordo com o jornal mexicano Excélsior, em 1975, a série era vista por mais de 350 milhões telespectadores a cada semana, obtendo uma média de 55/60 pontos de audiência.[2] O elenco começou a realizar turnês por outros países a partir de 1977, onde atuavam e cantavam as músicas da trilha sonora.[7] Visitaram vários sítios como o Estadio Nacional de Chile e o Anfiteatro de la Quinta Vergara,[1][36] o Poliedro de Caracas na Venezuela,[36] o auditório Luna Park em Buenos Aires, Argentina e outros cenários do mesmo país como os estádios Malvinas Argentinas e Mario Alberto Kempes.[nota 2] Ainda fizeram diversas apresentações na América, como no Peru, Panamá, Porto Rico,[nota 3] Estados Unidos, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Equador, Uruguai, Paraguai e Colômbia.[36][37]

 

 

Conflito com Villagrán e morte de Valdés

 

Em 1978, Carlos Villagrán deixou o programa para começar seu próprio espetáculo, ainda como o personagem Quico, que conseguir a autorização de Bolaños.[38] No entanto, tempo depois da conquista da autoria de seu personagem, Villagrán considerou que ele era de sua autoria e processou Gómez Bolaños. O resultado foi favorecedor para Chespirito.[39] Mais tarde, o intérprete de Quico afirmou que sua saída do elenco se deu a problemas de "ciúme e inveja" entre os personagens de El Chavo. De acordo com Edgar Vivar, este último fato foi usado para escrever algumas frases cômicas da série para Quico, já que aumentava a popularidade e a audiência. Apesar do conflito com o criador do programa, Villagrán gravou seu último capítulo com seus companheiros, onde viajava para Acapulco. Uma vez que abandonou El Chavo del Ocho, ele quis usar o personagem para outro programa da Televisa, porém Bolaños recusou e não queria reconhecer sua autoria. Por isso, Azcárraga Milmo optou por cancelar o projeto de um programa independente.[1] Porém, o ator seguiu sua carreira como Quico na Venezuela em 1981.[40]

Nesta época, os produtores Valentín Pimstein e Fabián Arnaud pediram a Gómez Bolaños que ele escrevesse um roteiro para adaptação cinematográfica de El Chapulín Colorado e de El Chavo del Ocho. Este não quis, pois considerava que no caso de El Chavo, sua história de desenrolaria unicamente numa vila e também lhe resultaria um trabalho complicado já que teria que relatar uma trama inédita que nunca foi redundante com o que era mostrado na série, até então. Em seu lugar, foi ocupada a produção de El Chanfle, que contava com o mesmo elenco de El Chavo.[41]

Pouco depois, em 1979,[42] Ramón Valdés abandonou o programa por motivos pessoais. Após isto, Raúl Padilla foi contratado para integrar o elenco de El Chavo, interpretando o personagem Jaiminho.[43] Em 1981, Valdés voltou por um tempo determinado, já que no ano seguinte, protagonizaria a série Federrico com Villagrán. Seis anos depois, em 1988, trabalhou novamente com ele em ¡Ah que Kiko!. Contudo, seu estado de saúde era crítico, pois foi detectado um câncer de estômago. Finalmente morreu em 9 de agosto desse mesmo ano.[1]

 

Últimos episódios e briga com María Antonieta

Por causa da saída de Villagrán e Valdés, Gómez Bolaños optou por regravar alguns episódios passados, porém com pequenas alterações na história e nos diálogos, primordialmente substituindo Quico e Seu Madruga com novas cenas.[44][45] O último episódio de meia hora de El Chavo del Ocho como série, foi transmitido dia 18 de janeiro de 1980 (alguns consideram que o episódio final foi La Lavadora)[32] enquanto o último esquete foi produzido uma década depois, em 12 de junho de 1992 como parte do programa Chespirito.[2] No total, foi transmitido 292 capítulos.[3] O fim da série se deu a sua idade avançada que Gómez Bolaños tinha durante este período (63 anos) e a problemas cardiovasculares de Edgar Vivar.[46]

Cquote1.svg Parei de fazer precisamente por isso, porque o pior erro que podemos cometer é deixar de nos evolucionar. O ser humano é um produto de evolução e todos tem que ir trocando. Cquote2.svg
Roberto Gómez Bolaños.[1]

Entre 2002 e 2005, foi iniciado um processo legal por parte do criador de El Chavo para proibir María Antonieta de las Nieves de utilizar o nome de sua personagem Chiquinha, entretanto este foi finalizado em boas condições, ou seja, em boas relações.[47] Contudo, em 2006, Chiquinha foi excluída da série animada. Em 2010, Bolaños voltou a processar María Antonieta por suposto uso indevido da personagem,[48] e também a respeito de possíveis reuniões dos protagonistas como maneira de comemoração da série. Em suas palavras, "os personagens existem e vivem numa imaginação que nunca foi vista".[49]

Final trágico alternativo

Roberto Gómez Bolaños afirmou numa visita à Lima, no Peru, em 2008, que pensou em terminar a série El Chavo del Ocho num episódio em que Chaves morreria atropelado na tentativa de salvar uma criança, mas foi desencorajado por sua filha, por achar que acabaria influenciando crianças que assistiam a série a fazer o mesmo.[50][26]

 

Produção

A direção e a produção da série recaíram a Carmen Ochoa e Enrique Segoviano, que previamente havia colaborado com Gómez Bolaños em Chespirito. Em alguns episódios, o próprio criador aparece listado nos créditos como diretor cênico, junto com Segoviano.[nota 4] Mary Cabañas, Tere de la Cueva, Ersilia Anderlini e Norma Gutiérrez eram os assistentes de Ochoa e da equipe de produção,[nota 5] Luís Fabiano Macías servia como chefe de produção, Saltiel Peláez era o responsável pelo fórum onde se gravava os episódios, enquanto Gabriel Vázquez era o diretor das câmeras. Por sua vez, havia três cinegrafistas para gravar um único episódio, entre eles, incluíam Andrés H. Salinas, José M. Carrillo, Jaime Sánchez e Armando Soto. Os cenários eram responsabilidade de Julio Latuff (nos episódios de 1976) e de Alicia Cázares (em 1979), Leopoldo Sánchez e Alberto García eram os chefes de piso.[nota 4][nota 6] Os episódios eram gravados nos fóruns 8[51] e 5,[nota 4] embora houvessem algumas exceções, tal como a viagem à Acapulco.[52] O vestuário dos personagens proviam da companhia Casa Tostado localizado na Cidade do México, a mesma especializada em aluguel de fantasias.[nota 4][53]

 

Elenco

 

Ator Personagem (português e espanhol)
Roberto Gómez Bolaños Chaves / El Chavo
[54]
Carlos Villagrán Quico / Quico
Frederico / Federico[54]
María Antonieta de las Nieves Chiquinha / La Chilindrina
[54]Dona Neves / Doña Nieves
Ramón Valdés Seu Madruga / Don Ramón[54]
Florinda Meza Dona Florinda / Doña Florinda
Pópis / Popis
Rubén Aguirre Professor Girafales / Profesor Jirafales
Edgar Vivar Senhor Barriga / Señor Barriga
Nhonho / Ñoño
Angelines Fernández Dona Clotilde / Doña Clotilde
Raúl Chato Padilla Jaiminho / Jaimito, el Cartero
Verónica Fernandéz
Rosita Bouchot
Ana Lilian de la Macorra
Paty / Paty
Horacio Gómez Bolaños Godinez / Godínez
Maribel Fernández
Olivia Leiva
Regina Torné
Glória / Gloria
José Luis Amaro Policial / Policía
Abraham Stavans Freguês do Restaurante / Cliente del Restaurant
Dono do parque de diversões
Ricardo de Pascual Senhor Furtado (1976) / Hurtado
Garçom do Restaurante
Sr. Calvillo
María Luisa Alcalá Malicha ou Malu / Malicha
Marta Zabaleta Elizabeth / Elizabeth
Ángel Roldan Cândida / Cándida
Janet Arceo Dona Edwiges / Doña Eduviges
Germán Robles Seu Madroga ou Seu Romão / Don Román
Angélica M aría Iara / Iara
José Luis Fernández Homem da Roupa Velha / El Ropavejero[54]
José Antonio Mena Vendedor de balões
Senhor Furtado (1974)

 

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